quinta-feira, 7 de maio de 2009

Por vezes... (Republicação) # 1


há imagens que me assolam o espírito.

Numa daquelas manhãs frias…

Em que o melhor sitio para se estar é num local confortável, com uma lareira acesa. As lareiras não são só confortáveis à noite. De manhã podem ser uma loucura. Nestas alturas costumo trazer o colchão para o pé da lareira e dormir aqui. Adoro o crepitar do lume a misturar-se com o barulho das ondas.

Desta vez não tinha medo que te perdesses. Já tenho a noção que segues com precisão as indicações que te dou. Hoje vou pôr-te à prova.

Bates à porta subtilmente. Está apenas encostada e abre-se ligeiramente. Chamas por mim, baixinho. Finjo que estou a dormir. Entras.


O sítio desconhecido deixa-te pouco à vontade mas vais vencendo isso. Estás numa casa desconhecida, com alguém “desconhecido”, entrás-te sem que te dissessem para o fazer, e agora olhas para mim e pensas qual será o próximo passo.

Pousas a bolsa e o casaco na cadeira mais próxima e ficas mais um pouco a ver-me dormir. Aproximas-te.


Fazes-me uma festa na cara, suavemente, não me queres acordar ainda. Olho-te sem que dês por isso. A indecisão entre acordares-me ou fazeres-me companhia está atormentar-te. Preocupa-te o que eu possa pensar? Deixa-te disso. Faz exactamente aquilo que te apetece! Foi para isso que vieste.

Descalças-te timidamente, levas a mão ao botão da saia… hesitas… e desaperta-lo. Tiras a saia, devagar, como que a poder recolocá-la a qualquer momento. De onde me encontro a vista está cada vez melhor, e a partir daqui só pode melhorar. Desapertas a blusa. Deixa-la cair no chão, em cima da saia. O soutien é pousado a medo no montinho que vais formando. Com cuidado enfias-te na cama.

- Não achas que está calor para vires para aqui com tanta roupa?

Ficas a olhar para mim sem saber o que dizer. Sorrio.

- Desde quando é que se entra na cama de alguém, de cuequinha?

- Tens estado a ver-me…

- Desde que entraste. Bom dia.

Ergo-me e beijo-te suavemente os lábios. Suavemente agarro nelas. Levantas o rabo para que tas tire. Não deixas de me olhar nos olhos. Eu também não.

O teu olhar tem uma mistura de inquisição com vulnerabilidade e excitação. A situação desconhecida faz-te sentir vulnerável e isso excita-te. Não sabes o que vai acontecer ou pelo menos como vai acontecer. Nem eu quero que saibas. Isso tira parte da tesão.

Debaixo do colchão tiro um lenço de seda que guardei antes de me deitar. Ternamente vendo-te os olhos. Hoje não quero que vejas. Quero que sintas. A privação sensorial é muitíssimo excitante. A partir de agora tenho de ter cuidado com os ruídos. Tiro da gaveta do armário as algemas com peluche e ponho-as nos teus pulsos passando-as à volta do pé da mesa que está ao topo do colchão.

Estás vulnerável, nua, de olhos tapados, braços esticados em direcção ao pé da mesa. Eu admiro-te impunemente. Como eu gosto disso. Ver-te sem que me vejas é algo que me deixa louco.

4 comentários:

Maria disse...

Gostava de viver isto.

beijinho

Seline disse...

Que delicioso prelúdio...
Apetece-me dizer... quero mais.
Beijo

Pearl disse...

Soube me bem vir até aqui hoje e ler-te...muito bem!

beijos

Feiticeira disse...

Intenso...
sensual...
erotico...

Gostei!


Parabens!