sábado, 3 de abril de 2010

Reminiscência NL 2



Tive na vida dois amigos quarenta anos mais velhos do que eu mas mais ou menos com a minha idade, ambos importantes na minha formação como gente. Um deles foi o meu Pai, um dia falo dele. Outro foi um holandês, de seu nome “Phillip Peters” (nome verdadeiro) que conheci na “Aldeia”. Phillip tinha dezoito anos quando a guerra acabou, numa Holanda destruída pela guerra. Arranjou emprego a bordo de um dos muitos navios de mercadorias que a seguir à guerra traziam para a Europa tudo o que ela precisava para sobreviver, foi jornalista, fez parte da fundação do Partido Verde Holandês, repórter no Vietnam… enfim, uma vidinha monótona. Um dia, com sessenta e cinco anos, deputado na Holanda, sentiu saudades de viver. Reformou-se, divorciou-se e veio para cá com uma amiga da filha de vinte e cinco a quem dava aulas de bilhar.

Nesse dia, estávamos a tomar o pequeno almoço, à hora de almoço das “pessoas” , como de costume e ele dizia-me: “Não tenhas ilusões. Tu não escolhes uma holandesa. Ela escolhe-te a ti”. Visto à distância chego à conclusão de que isso não se passa só com as holandesas, mas, quando se tem vinte e quatro temos a mania que temos o comando na mão. A vida iria encarregar-se de me dar essa lição. Ele só fez a introdução.

Já estava na praia quando elas chegaram. Daisy apresentou-me a irmã, de quem eu já tinha ouvido falar na noite anterior. Era uma coisinha daquelas que temos medo de partir se não “mexermos” com cuidado. Foi uma tarde como as outras. O ligeiro “pouco à vontade” foi-se desvanecendo entre o mar, as brincadeiras um bocadinho sacanas de Daisy e massagens com creme algo… enfim…

Podia dizer que teria sido uma tarde na praia como qualquer outra se a certa altura Inga, que estava virada para o Sol, com a cabeça apoiada nas minhas costas, não se tivesse virado, deitando a cara e abraçando-me ao nível da cintura. Ainda bem que eu estava de rabinho para cima, senão tinha sido lindo…

Depois de uma banhoca encontramo-nos para jantar noutro sítio mas acabámos a noite no do costume. Durante o jantar foi-me revelado que elas tinham na tenda daquelas merdas que fazem rir e que em Amesterdão se vende em saquinhos nas lojas e se pode escolher como se fosse chá.

2 comentários:

µrsiŋђα Ѽ  disse...

Passando pra eixar meus votos de pascoa ..
bjs de mel
ursinha

Stargazer disse...

ui...

este texto com esta música...

total eclipse!

Beijo eclipsado,