quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Por vezes...

...algo me traz à lembrança outros tempos.


O tempo em comecei a aprender a tocar neste meio,


O tempo em que fugia de casa, não para palcos, mas para um monte cheio de barracas, desaparecido aquando da construção da linha de comboio para a margem Sul.


Quando as banquetas eram caixas de "mini".

Quando o tocador não se chamava "Vicente" mas... "Ezequiel".


Quando eu tentava acompanhar como podia...


"Ezequiel" era para mim o melhor guitarrista do mundo. Pelo menos era o que estava a um metro e, pacientemente, me ia ensinando umas coisas.


Tive oportunidade de retribuir, mais tarde.


Depois da morte do Pai ele deixou de tocar. Pedia-me para ir a casa buscar a guitarra e passávamos momentos, sentados no muro em frente da minha casa onde eu tocava para ele...


O homem a quem os ciganos chamavam "Rei" acusava-me de lhe ter roubado as notas, enquanto as lágrimas lhe corriam pela cara abaixo...


Hoje, ao passear pelo "Youtube", isto fez-me lembrar a Alcântara na minha infância: Entre o Fado e o Flamenco...

6 comentários:

Maria disse...

Psiu...

Fique em sossego o cálice vermelho

da impetuosa flor chamada instinto.


Quero o teu coração para meu espelho,

pois no teu coração não me desminto.

David Mourão Ferreira

beijinho e obrigada pela tua partilha

Nanny disse...

E que encanto tinha Alcantara nessa época... pelo menos para ti, confessa ;-)

Beijinho

Libertya... disse...

É daqueles sons que me invadem de uma forma como nenhum outro...

Nostalgia sentida!

Beijo libertyo

Anónimo disse...

Lembraste da guitarra que não "conseguia respirar"...
Foi a forma gentil que o velho Ezequiel arranjou, para dizer que a guitarra era uma merda...
Tempos de glória...meu Amigo...

Rei Lagarto III disse...

Essa guitarra tinha verniz a mais e era muito nova. Na verdade não "respirava".

Estava a ver que não te manifestavas... ;)

dermatologistested disse...

há memórias que são obrigatórias recordar, ás vezes mesmo ir lá buscá-las e expô-las (acho eu). Parece-me que esta para ti é uma delas.
O som ... sem palavras.