terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bia 1

Hoje vou falar da Bia. Poder-se-á perguntar porque é que escrevo quase sempre sobre memórias antigas. A verdade é que, ainda que poucas pessoas conheçam o meu blog e a mim em simultâneo, é sempre melhor falar de coisas antigas cujas pessoas são menos identificáveis. A protecção da intimidade alheia faz parte da minha maneira de estar na vida.
Porquê a Bia? Porque hoje vi na televisão, uma mulata que teve o condão de me devolver a recordação desta pessoa. Bem haja por isso. Adiante.
Verão de 1987, sítio do costume (um dia alguém é capaz de pensar que não tive vida sexual fora dali).Vou com o Paulo, companheiro de muitos e bons momentos, a passear á beira-mar e tenho uma visão retirada do “Paraíso”.
A poucos metros de nós, numa parte elevada da areia, vislumbro a tentação feita gente. Deitada em posição fetal com o ar de abandono mais sensual que já vi, está uma mulata maravilhosa. Não é hábito deste vosso nobre amigo ficar a OLHAR para alguém numa praia naturista até porque o decoro resultante da minha “formação aristocrática” não mo permite.
No entanto, não consigo alhear-me daquela visão que ameaça a minha pose “desinteressada” de nudista experiente…
Mesmo dia +/- 11.00 PM. Cheguei ao sítio onde costumávamos passar as noites. Um restaurante onde a partir de uma certa hora se tocava e cantava de uma forma expontânea e obviamente alcoolizada. Levava a minha guitarra comigo.Confidência: Acho que pelo facto de ser o habitual trovador de serviço, a vida me presenteou com algumas memórias que resultaram da visibilidade proporcionada por esse estatuto.
À porta do restaurante estava o Tomé, outro companheiro na jornada da vida que também aparecerá neste espaço com a frequência merecida. Tomé tinha uma característica. Conseguiu juntar á sua volta o grupo de pessoas mais depravado que me foi alguma vez dado conhecer.
Cumprimentei toda a gente , o grupo foi abrindo e eis que aparece no meio a minha musa cor de canela. Cumprimentei-a com o á vontade que o meu “estatuto” de membro daquele grupo me permitia mas com um prazer especial. Ela abriu um dos sorrisos mais lindos que já vi. Aquele sorriso foi a única coisa que eu “vi” naquela noite.
Ela esteve perto de mim toda a noite. Não estava permanentemente colada mas mantinha-se no meu “raio de acção”. Sentava-se á minha frente quando eu tocava… e sorria. Um sorriso franco e aberto, quase “selvagem” . A antítese do sorriso “misterioso. Aquele sorriso não tinha mistério nenhum. Havia uma reciprocidade de intenções que estava latente.
Saí para fumar um cigarro e apanhar ar. A noite ia alta e o álcool não a tornava mais fácil. Fui até ao carro que estava perto ouvir o “Morrison Hotel”, um dos meus programas de rádio favoritos. É pena que já não exista.
Não demorei cinco minutos a ter uma visita. Bia entrou-me no carro com aquele bendito sorriso. Não havia nada a dizer. Aliás tinha-se dito muito pouco em todo o processo mas mais que suficiente.

Beijou-me como se o tivesse feito toda a vida. A sua expontaneadade provocou-me uma erecção imediata. Sempre adorei mulheres com iniciativa. Não me intimida nada. O que me intimida é a dissimulação. Adiante.

Quando me passou pela cabeça agarrar-lhe na mão e "conduzi-la", já me subia pela perna dos calções acima (bendito hábito de andar sem cuecas), enquanto me olhava no fundo dos olhos.
Um novo sorriso denunciou a aparente satisfação pelo meu "estado".

Nesse momento ouviu-se a voz do Tomé a chamar por ela.

- Desculpa mas vou ter de ir. Vemo-nos amanhã na praia.

O resto da noite passou-se como se nada tivesse acontecido. Apenas Tomé esteve durante um bocado de "cara fechada" mas passou-lhe.

O dia seguinte, embora "tenso", não trouxe novos acontecimentos. Contou-me que tinha "andado" com ele uns tempos mas que já tinha acabado, embora ele não estivesse muito de acordo com isso. Aturava os ciumes dele porque não estava para abandonar o grupo por sua causa. Eu compreendia-a. Um dia falo deste grupo. Era deveras interessante.

De qualquer forma combinámos que no próximo fim-de-semana eu ia ter a Setubal e iamos passá-lo a Troia.

Continua...

2 comentários:

DESIRE disse...

Hummmmmmmm espero a continuação!
Beijos prometidos

Patrícia Villar disse...

Uii...aguardarei!

Beijinhos