...algo me traz à lembrança outros tempos.
O tempo em comecei a aprender a tocar neste meio,
O tempo em que fugia de casa, não para palcos, mas para um monte cheio de barracas, desaparecido aquando da construção da linha de comboio para a margem Sul.
Quando as banquetas eram caixas de "mini".
Quando o tocador não se chamava "Vicente" mas... "Ezequiel".
Quando eu tentava acompanhar como podia...
"Ezequiel" era para mim o melhor guitarrista do mundo. Pelo menos era o que estava a um metro e, pacientemente, me ia ensinando umas coisas.
Tive oportunidade de retribuir, mais tarde.
Depois da morte do Pai ele deixou de tocar. Pedia-me para ir a casa buscar a guitarra e passávamos momentos, sentados no muro em frente da minha casa onde eu tocava para ele...
O homem a quem os ciganos chamavam "Rei" acusava-me de lhe ter roubado as notas, enquanto as lágrimas lhe corriam pela cara abaixo...
Hoje, ao passear pelo "Youtube", isto fez-me lembrar a Alcântara na minha infância: Entre o Fado e o Flamenco...
6 comentários:
Psiu...
Fique em sossego o cálice vermelho
da impetuosa flor chamada instinto.
Quero o teu coração para meu espelho,
pois no teu coração não me desminto.
David Mourão Ferreira
beijinho e obrigada pela tua partilha
E que encanto tinha Alcantara nessa época... pelo menos para ti, confessa ;-)
Beijinho
É daqueles sons que me invadem de uma forma como nenhum outro...
Nostalgia sentida!
Beijo libertyo
Lembraste da guitarra que não "conseguia respirar"...
Foi a forma gentil que o velho Ezequiel arranjou, para dizer que a guitarra era uma merda...
Tempos de glória...meu Amigo...
Essa guitarra tinha verniz a mais e era muito nova. Na verdade não "respirava".
Estava a ver que não te manifestavas... ;)
há memórias que são obrigatórias recordar, ás vezes mesmo ir lá buscá-las e expô-las (acho eu). Parece-me que esta para ti é uma delas.
O som ... sem palavras.
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